sábado, 24 de julho de 2010

Música

Música Escrito por: Caroline Coura

A Música. Música, é para mim, a maior forma de expressão de sentimentos existente, a mais intensa de todas as artes, é a descodificação do inexprimível.

A Música é como o ar, todos podem respirar, para além de ser essencial.

A Música é democrática, ela dá liberdade e igualdade, não escolhe idades, nem raças, nem grupos sociais, ela simplesmente flui, ela já nasce dentro de cada ser humano.

O dicionário define música como “Arte e técnica de combinar os sons de maneira agradável ao ouvido”, mas tal frieza para definir música não me convence.

Não imagino a vida sem música. Para Friedrich Nietzsche, filósofo alemão, “Sem a música, a vida seria um erro ”, e para Shakespeare “ O homem que não tem a música dentro de si e que não se emociona com um concerto de doces acordes é capaz de traições, de conjuras e de rapinas”.

Dizem que a Música surgiu na Era Paleolítica, mas eu julgo que não, música sempre existiu, se não entre os Humanos, ao menos em seres divinos, porque a beleza do som, perfeitamente harmonizado, é algo perfeito demais para ser humanamente explicável.

Há pessoas que nascem com o dom da música, seja ela difundida através do próprio corpo, pelas cordas vocais, ou propagada através de instrumentos musicais, por mãos de prodigiosos talentos, por pulmões de extraordinário fôlego, ou ambos em simultâneo.

Música significa tradição, significa cultura, afinal, o que seria do Brasil sem o samba, da Itália sem a tarantela, de Portugal sem o Fado, ou da Espanha sem o flamenco?

Cada lugar tem seu estilo musical, estilo musicais que deram origem ás mais variadas danças, danças que deram origem á beleza e suavidade de movimento, que nos encanta a todos.

Mentes são mudadas através da música. Podemos averiguar que ao longo da história da Humanidade, ao longo das revoluções, a música foi a influência, a força impulsionadora que permitiu mudança, a maneira que alguns encontraram para apontar e alertar para o que estava errado. A Música revolucionou o Mundo e impulsionou mudança.

Música é Arte, é democracia, é liberdade, é vida, é cultura, é mudança.

Por fim, deixo uma citação de um grande filósofo e sábio:

“A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição.
Aristóteles

Arco Íris

Hoje voltava da escola para casa. Estava um dia ensolarado e de repente começou a chover.

Chuva. Odeio chuva. Normalmente chuva vem acompanhada de vento, vento frio, e eu também odeio o frio.

Estava a caminhar, sozinha, com o capucho na cabeça, apressadamente, queria chegar logo a casa e livrar-me daquela chuva.

Reparei que chovia e fazia sol ao mesmo tempo – fenómeno nada anormal nos dias de hoje -, e é aborrecido, porque nunca sabemos qual é o melhor vestuário a adoptar nesses dias.

Já quase a chegar a casa, lembrei-me de levantar a cabeça e olhar para o céu. Estava o túnel á minha frente e o tempo para além do túnel estava ensolarado, o céu não tinha nuvens negras e os raios de sol iluminavam o chão.

Virei-me para o lado contrário, a pensar que veria novamente nuvens negras e chuva – e é certo de que elas estavam lá, mas vinham bem, vinham bem acompanhadas – e vi então o arco-íris a rasgar o céu nublado.

Esqueci-me do sol. Pus-me a admirar o arco-íris na sua beleza, a transbordar de exuberância, cheio de cores, imenso no céu, o contraste colorido entre o céu azul e as nuvens pesadas e carregadas.

Comparei isso com a vida.

Às vezes caminhamos num dia ensolarado e inesperadamente vem a chuva, o vento e o frio inesperados, que apanham-nos desprevenidos, mas se continuarmos a andar – e talvez tarde um pouco – á frente veremos o arco-íris, com as suas lindas cores, a mostrar-nos que mesmo em meio á tempestade existe uma certa excelência, e que algo bom podemos aproveitar do meio da negritude.

Mas eu não podia ficar parada á chuva, o bom tempo estava á minha espera, e então eu caminhei, caminhei para além do túnel e alcancei o sol. Cheguei em casa e tirei a conclusão de que toda a tempestade algum dia tem fim. No fim da caminhada existe o sol, e entre o sol e a chuva, terei sempre a oportunidade de admirar a beleza cativante de um arco-íris.

Escrito por: Caroline Coura